quarta-feira, 1 de julho de 2015

ARROZ!

Oito da manhã no trenzão lotado. À minha frente um casal de senhores sentados conversando sobre como a hora passa rápido. De repente entra um moço gritando por ajuda. Dizia que estava com uma infecção no pé e que precisava de doações pra comprar um saco de arroz para alimentar Giovana, sua filha. 
A senhora revirou os olhos e disse:
"Esse pé não melhora nunca! Semana passada ele tava aqui, e semana que vem vai estar de novo"
O senhor retruca:
"Uai, que raio de infecção é essa que não sara?"
Ele se enfiou em todas as brechas e percorreu o vagão do começo ao fim. Sempre deixando claro que o pacote de arroz era pra Giovana. Ele passa por mim e um moço diz:
"Ele tá com pé infeccionado? Passou a milhão por aqui!"
A frente:
"Quem tem infecção no pé não consegue nem usar sapato fechado. Semana passada ele tava de chinelo"
Um outro moço solta:
"E ainda é tênis de marca. Vende o tênis e compra o arroz, uai. Isso ai é balela"
O trem para. O pedinte desce. Os senhores continuam debatendo sobre a veracidade da história contada. A senhora para por alguns segundos e conclui:
"Ele nunca pede outra coisa. Essa Giovana só vai comer arroz. Coitada". 

É Giovana. Bom almoço!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

O dia do sufoco

A noite foi longa pra mim. Perdi o último ônibus que sai daquele velho e conhecido terminal, o Armênia. Morei naquela região e conheço histórias horrendas sobre a noite de lá. Fiz confusão e não percebi que o "carro" parado no ponto, estava quebrado. Pronto! Liguei em casa e avisei que teria de esperar até ás 4h30, que é quando a frota começa a rodar. Eram 00:40h. Entrei no ônibus que ainda esperava socorro e perguntei pro motorista se poderia ficar lá dentro, me protegendo do frio. Ele respondeu dizendo que "sim, claro. Fique a vontade, pelo menos até nos socorrerem". Entrei, sentei e começamos um papo. Éramos eu, o motorista e o cobrador. Falamos do frio, de como moramos longe e o que eu fazia aquela hora sozinha. Desse último assunto, expliquei que tinha ido à uma reunião de jornalistas e que havia terminado tarde. Eles perguntaram se eu estudava jornalismo e eu disse que sim, e que é minha paixão. Disse que queria fazer documentários e ele me disse: "Faça um sobre essa noite" Caímos na risada. Meia hora depois o socorro chega. Tive que sair do ônibus e esperar pelo próximo em outro lugar. "Mais a frente tem o ponto de táxi. Fica na frente de uma base da PM. Apesar dos apesares, o jeito é ficar lá." Conclui e fui. Cheguei lá e pus-me a sentar naquele banquinho duro. Uma luz fortíssima na cara e o vento que não perdoava. Foi treta. 1h, 2hrs, 2h30, 2h40, e não saía disso. Tive a impressão de que o tempo parou pra mim. Dormi, acordei, dormi de novo, acordei de novo e nada. Chega Luís, o taxista. 
"Perdeu o horário do ônibus né?" 
"Pois é, acontece" disse com aquele medinho básico.
"Qual deles você pega?" 
"Piratininga. Demora pra caramba"
"Eita! Entra aí, te dou uma carona até sua casa." Coração já estalou. 
"Pô cara, valeu mas, prefiro esperar. Daqui a pouco chega meu busão. Só mais uma horinha. Já tô aqui mesmo"
"Tá certo, tem que confiar desconfiando. Já levei um monte de gente pra aqueles lados. Pode ficar tranquila"
"Relaxa cara, tô bem. Posso esperar" 
17°, o relógio que parou nas duas e o banquinho mais duro do mundo. Porra! Pode piorar? Claro que pode! Surge uma vontade maluca de fazer xixi. "AAAAAAAH NÃO! Tudo fechado, onde diabos eu vou encontrar um banheiro ? Não vou procurar, essa hora não dá pra ficar panguando." Guentei firrrrme. Chega o moço que vende o cafézinho da madruga. Olho pro relógio e já eram 4hrs! Olhei pro céu e disse: "Deus, é nóis!" Levantei e olhei longe. Avistei um posto de gasolina. Fui trançando as pernas. Pense num posto deserto. Nenhuma alma sequer rondava por lá. Pensei; "Tenho as pernas longas e um agudo poderoso. Qualquer coisa, grito e corro." Puta banheirinho quente! Tava com tanto frio, que nem ligando pro cheiro de xixi velho, eu estava. Dois litros e meio de xixi, com certeza eu liberei. Voltei, conheci a frota de táxi todinha e parti de volta pro meu ponto. Esperei cerca de mais quarenta minutos pelo ônibus. Conheci mais uma figura da madrugada, que estava voltando do trabalho. Era caminhoneiro e morava no CECAP. Comentamos do frio e de como maramos longe. É sempre o mesmo assunto. Meu ônibus chega. Quente, lindo e cheiroso. Dei graças, saudei o motô, entrei, sentei e curti minha ida pra casa. Quase chorei de emoção. Parei pra pensar e percebi que meu sofrimento tinha acabado. O dos que moram na rua, não. Nessa madrugada passei por pelo menos dez moradores de rua. O frio que passei por quatro horas, eles vão passar todas as noite desse outono e inverno. Não é fácil. A noite não foi nada fácil e essa constatação final, foi desoladora. Tô bem. Apesar dos apesares, estou viva. Aprendi pra caramba essa noite. Nessa super noite de 75hrs. É gente, acontece!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Por que não ?

Vamos começar o ano com aquele clichezão ?! Vamooos!!
Então me diz aí; qual é o seu sonho?

É terminantemente proibido viver, sem ter um pé na ficção. É de lei. Todos tem. Não importa a idade, não importa a condição social, não importam quaisquer obstáculos tangíveis. Todos temos um sonho no qual vivemos e aprendemos a fugir da nossa, muitas vezes, dura realidade. 
Mas apesar de serem sonhos, eles podem vir a se tornar realidade. Sim, claro que podem. Basta que trabalhemos para que isso aconteça.
"iii, tornar realidade? Não é tão simples" Não me diga que antes mesmo de tentar, você já determinou que seu sonho continuará sendo apenas um sonho? Ou pior, você já o assassinou sem ao menos cogitar a possibilidade de realizá-lo? E então a última questão que me resta é; por que ? 
O que leva uma pessoa acreditar que não pode realizar seu sonho? 
Vivemos num tempo no qual sonhos, são vistos como desculpas pra fugir da monotonia e apenas isso. Desculpas para que fujamos de nossas "reais obrigações" como ser humano, que foi feito exclusivamente para seguir o famoso cronograma do nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. Como máquinas. Digamos que o sonho realmente seja uma alternativa de fuga, desse mundo tão previsível. O que faz você não querer viver nele até quando quiser? Amanhã ou depois, daqui vinte ou trinta anos, até a morte. O que?
"Mas o que diabos essa garota está tentando nos dizer?" 
Estou tentando lhes explicar que todos podemos viver na ficção. Ou tornar a ficção realidade. Mas então ela não seria mais sonho? Ou nossos sonhos se realizariam. 
Penso sobre, e diga a você mesmo. Por que não?

Abraços e até mais. 

Voltando a ativa

Olha só quem resolveu dar as caras!

Pois é pessoal, depois de quase um ano, eu estou de volta. Garanto que dessa vez, não vos irei abandonar.
Passei um bom tempo refletindo e tentando entender melhor o que se passa na minha cabeça e adivinhem; Não descobri nada! Mas essa é a graça da vida, a gente vai metendo a cara e de vez em quando colocando os carros na frente dos bois, pra mais tarde aprendermos alguma coisa com isso. 
Gosto de escrever quando estou inspirada, e se essa inspiração bater à minha porta ás quatro e meia da manhã, podem apostar que aqui estarei eu batendo à porta de vocês para que me acompanhem nessa jornada, por enquanto, sem rumo. Espero alimentar mentes, e ser alimentada por elas também. 
Bom, vamos aos novos esclarecimentos. Este não é um blog de seguimento único. Postarei aqui, o que eu subjugar interessante e digno de compartilhamento. Não tem regra. Política, esporte, moda, lazer, música. O que eu achar que vale o texto, o farei. Também não vou vos indicar periodicidade, tenho sérios problemas com datas e horários, portanto, quando o universo não conspirar contra eu estarei aqui, entretendo suas mentes sagazes. No mais, esperemos pra ver o que se sucede nesse "pequeno" universo digital. 
Peço que tenham paciência e volto a lembrá-los que estou aqui não só para compartilhar opiniões e críticas, mas também para ouvi-las de mente e coração abertos. Quero mais ouvir, do que falar. 

Espero vocês pras próximas aventuras dessa jornalista em formação. 
Até lá. 

domingo, 23 de março de 2014

Tempo de Mudanças

Hello! Guys. 

Como estão ? Espero que bem. Bom com certeza vocês perceberam toda a mudança feita no antigo "The Lifetime"; O motivo ? Amadurecimento ! 
Conforme caminhamos aprendemos a gostar de outras coisas, ou melhor apurar nossos gostos. Foi o que houve comigo. Estou cursando jornalismo, muito feliz pela minha conquista, e quando estudamos toda essa arte de escrever e entreter pessoas, vamos aos poucos nos caracterizando. Quero passar a vocês minhas experiencias e compartilhar meus gostos. O, agora, "Uma Jornalista Em Formação" continua sendo um blog pessoal. Passarei a diante, tudo o que aprendo nesse mundo universitário. Espero que gostem e passem a diante o que, quem sabe, aprenderem comigo !
Obs.: Deixei três posts antigos que foram os mais relevantes da época "The Lifetime"

Beijos e até mais !


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Hello! Guys.

Eis me aqui novamente ! \o/
Hoje infelizmente vim comentar e lamentar a notícia mais triste desta semana; a morte do meu grande ídolo Nelson Mandela :(
Sabíamos que este dia chegaria, mas não sabíamos que seria tão difícil. Particularmente e assumidamente eu era uma seguidora fiel de Mandela, lia livros e matérias e procurava saber mais sobre um dos maiores heróis da terra. Eu o amava e continuarei amando-o para o resto da minha vida. Um dos meus maiores sonhos era conhecer esse herói . Espero continuar o que ele começou !

Descanse em paz, Nelson Rolihlahla Mandela .

Imagem : www.southafrica.net 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Que tal um pouco de música ?

Hello! Guys .

Fuçando daqui, fuçando dali no mundo da música conheci vários artistas MA-RA-VI-LHO-SOS.
Provavelmente você já deve ter ouvido falar quando aquela tia ou amiga mais velha da sua mãe comentou sobre Ray Charles (talvez tenha ouvido da sua avó), Jamiroquai, Etta James, Cartola, James Brown, Stevie Wonder e muito mais !
São artistas que valem muito a pena de serem ouvidos e admirados, que tal diversificar um pouco hoje ?!
Abaixo Etta James, com At Last !
Divirtam-se !